segunda-feira, 31 de março de 2014

50 anos do Golpe Militar: Para não esquecermos e aprendermos com a História!


Hoje é dia de relembrarmos o luto, a mancha na História do nosso país. 
No dia de hoje, 31 de março, há 50 anos... Os militares tomaram o poder, tirando a democracia e a liberdade do povo brasileiro. Matando, exilando, censurando e torturando artistas, professores e intelectuais, com a desculpa de uma tal ameaça comunista. 
Lamentável... Que tenha ainda em 2014 brasileiros a favor dessa "Ditadura Militar, burguesia associada e violência institucional: formas bonapartistas da autocracia do capital no Brasil", segundo o Prof. Dr. Antonio Rago Filho, da PUC-SP.  
O importante é conhecermos nossa História para que os erros não se repitam. E lembrarmos que esse ano é o momento importante de praticarmos nosso direito, dever e liberdade de cidadãos, retirados de nós e reconquistados com suor e sangue derramados, por isso precisamos  saber eleger os políticos que irão nos representar nos próximos 4 anos, e pensarmos bem que tipo de história queremos e estamos escrevendo para nosso país. 
Com isso... Não posso deixar de lembrar de uma música do poeta Renato Russo...
"Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos covardes
Estupradores e ladrões
Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação"

sexta-feira, 21 de março de 2014

Metodologias de Ensino- Jogos, Teatro e Contação de História

Acredito que o maior desafio da educação atual, dos professores, é de conseguir conquistar o interesse e a curiosidade do aluno para a aprendizagem, especialmente quando se fala do ensino de História. Afinal, para que estudar história, o passado, numa era moderna e tecnológica, com uma geração que se preocupa com o futuro e não com o passado? Na verdade muitas respostas poderiam ser dadas a essa pergunta, mas vou me contentar em registrar apenas uma: que é de fundamental importância que o homem conheça seu passado e suas origens, para assim ter conhecimento do processo e da dinâmica histórica da sociedade, e só assim, poder compreender a era tecnológica em que vive e poder pensar a construir seu futuro de maneira mais crítica e consciente. 
Mas como convencer as crianças e jovens dessa importância da história em suas vidas? Da importância da disciplina de história nas escolas? Como conquista-los para essa aprendizagem?
Para isso os professores precisam de estratégias, estratégias metodológicas, criatividade e ludicidade. Vamos pontuar três metodologias lúdicas que podem ser  fortes aliadas nesse desafio- tentativa de  conquistar os alunos- fazendo até mesmo, os alunos tomarem gosto pelo ensino da História. 

Jogos
O jogo faz parte da realidade e do cotidiano das crianças e jovens, por tanto é uma ferramenta que eles tem familiaridade e gostam de praticar. Além de ser uma ferramenta lúdica, o jogo possibilita exercícios mentais, promovendo o desenvolvimento cognitivo do aluno. Através do jogo, o aluno aprende a escolher, direcionar, relacionar, comparar, aumentando dessa forma, suas habilidades e competências, exigidas na educação fundamental pelos Parâmetros Curriculares Nacionais- PCN. 
Sendo assim, o jogo pode ser uma ferramenta que facilite o ensino e aprendizagem na disciplina de História. Conquistando o interesse dos alunos, por esse conhecimento específico, promovendo o trabalho em equipe e a competitividade saudável. 
O Centro Universitário Salesiano de São Paulo- Unisal Lorena, em parceria com a CAPES, trabalham juntos no projeto PIBID- História em Jogos, com professores e alunos do curso de licenciatura em história do Unisal e da Escola Estadual Arnolfo de Azevedo. O Objetivo desse projeto do governo é aproximar a Universidade das escolas públicas para uma formação mais sólida dos seus licenciandos- futuros professores. Esse projeto teve inicio em 2012 e a nova equipe está dando continuidade a esse trabalho. Até o momento foram criados dois jogos para o ensino de História: Caminhos da História e Bingo Histórico. 
Esse projeto de importância inquestionável, tem muito a oferecer ao futuro da educação e aos estudos das metodologias inovadoras do ensino. 

                                                              Jogo- Caminhos da História

                                                                                         Jogo- Bingo Histórico 


Teatro
O teatro sempre fez parte da vida dos homens, de todos os tempos, culturas, etnias e religiões, pois é uma ferramenta social que uni as pessoas, e como algumas religiões acreditavam, unem também o homem e o divino. Por isso a origem das palmas, realizada pela plateia no espetáculo, que tem como origem o agradecimento ou adoração aos deuses, especialmente ao deus do teatro Dionísio. 
O prática de interpretação e imitação sempre foi importante em todas as sociedades, por que esta socializa, ensina e constrói as memórias individuais, formando as memórias coletivas, tão importante para a formação da personalidade e do reconhecimento do indivíduo. Já que o homem se reconhece através do outro, a prática teatral é uma forte aliada nesse processo, pois o ator precisa se passar pelo personagem, pensando, agindo e sentindo, como o outro, e nessa relação de troca de papéis sociais, é que o homem vai se reconhecendo como indivíduo, que possui uma memória individual, e como um ser social, imerso na memória coletiva. Enfim, o homem só se identifica através do outro, só se representa, através da representatividade do outro, dessa maneira a vida e o palco se complementam, um auxiliando o outro na construção de uma vivência social e coletiva mais rica, humana e com mais riquezas de aprendizagem. 
As práticas teatrais, como os jogos e os espetáculos, são importantes ferramentas no processo de ensino e aprendizagem. Pois são práticas pedagógicas e metodológicas lúdicas, de fácil socialização, aprendizagem e aplicação, pois para a interpretação no teatro, precisa-se apenas de pessoas, corpos, vozes, criatividade e improvisação, e estes dois últimos são elementos indispensáveis à educação, e é através deles que ocorre a maior façanha do ser humano- A Criação.
A criança cresce aprendendo ao imitar os mais velhos, e com a utilização do teatro como método educativo, ela vai aprendendo ao imitar, ao criar os personagens e ao atuar. O teatro é uma forte ferramenta pedagógica que tem o potencial de transformar a teoria da História em prática vivida/representada pelos alunos, facilitando a aprendizagem. 



Contação de História
A Contação de História tem as mesmas características do Teatro, pois é uma ferramenta pedagógica lúdica, que promove a criatividade e a imaginação. No entanto se difere no modo de aplicação, pois na contação de história, não precisa ter personagens ou palco, precisa-se é de uma boa história para ser contada, de modo criativo, que consiga envolver todos ouvintes. 
Na Contação de História, o que encanta são as palavras, o enredo, os gestos, é a voz e os personagens imaginários que ganham forma e vida, e não os atores. É uma verdadeira brincadeira com a imaginação, pois ela permite que um objeto qualquer se transforme em um animal ou em um castelo, por tanto, tudo depende da criatividade e do método do contar a história. 
Essa prática se torna talvez a mais forte aliada para aproximar as crianças e jovens da leitura. Ela tem o poder pedagógico de envolver e conquistar a atenção dos alunos, em torno do ensino da literatura e da história. 
                                                      Contação de História- A Pedra da Noite


Considerações
Essas metodologias apresentadas se tornam subsídios pedagógicos, pois todas crianças e jovens se atraem por jogos, teatros, histórias ou por algum tipo de arte, esses métodos são instrumentos lúdicos que possibilitam a aprendizagem e promovem a cultura. 
A triste realidade é que essas práticas lúdicas educativas ainda são pouco usadas pelos professores e pelas propostas pedagógica das escolas. Por tanto, cabe aos docentes, a promoção e até mesmo a criação de novas ferramentas didático-metodológicas que possam facilitar, auxiliar e promover uma educação de qualidade aos alunos, principalmente da rede pública de ensino. Essa também deveria ser uma preocupação das instituições de ensino superior, nos seus cursos de licenciaturas, para que ocorra a formação de professores melhor preparados e mais criativos, para que possam colaborar e construir novas metodologias de ensino. 


Prof. Rafaela Molina






domingo, 9 de março de 2014

Projeto Turismo Literário em Silveiras- Vicente Felix de Castro

Vicente Felix de Castro foi um escritor silveirense. Nascido na Vila de Areias em 1823, dedicou-se toda sua história a cidade vizinha de Silveiras. Teve sua vida interrompida em 1878 nesta cidade que tanto amara. Casou-se duas vezes, foi tabelião e escrivão público da cidade. Um verdadeiro homem urbano, manteve contato com personagens da Corte e da cidade de São Paulo. Nascido em uma família importante e intelectual de Silveiras. Colaborou com a imprensa da época, lançou em Silveiras o jornal Aurora, no qual divulgou a novidade da filosofia espírita de Alan Kardec, ajudou a fundar na Capital A Província de São Paulo, depois o jornal O Estado de São Paulo. Além de publicar três romances em jornais, quatro livros, um deles com quatro volumes, um romance ainda desconhecido e o artigo sobre a Revolução de 1842. Por causa dessas ricas obras literárias, Vicente Felix ficou conhecido como o “Pai do romance paulista” e o “Precursor do romance da escravidão”, e ainda um dos precursores do realismo literário no Brasil. Ele usou o realismo da escravidão que via na sua região, para denunciar e criticar as violências contra a dignidade dos negros. Mostrando-se abolicionista e um político liberal, tendo envolvimento diretamente com sua família na Revolução de 1842, quando Silveiras virou um verdadeiro campo de batalha. Perdeu seu pai, Francisco Felix de Oliveira no início da Revolução. 
Sua família teve importante presença na construção da cidade de Silveiras. Teve irmãos pároco, político e comerciante, a família toda era letrada, politizada e liberal. A família Felix de Castro foi a responsável por escavações indígenas na região, lutas políticas, divulgação da filosofia Espirita, e construções importantes na cidade, como o Chafariz, o Teatro, a Tipografia e doaram o terreno para a construção do Cemitério municipal e construíram no seu interior a capela de N.S. do Carmo, onde a família foi enterrada. 
Como pode um personagem como Vicente Felix de Castro, um intelectual e literato de grande importância regional e nacional ser esquecido pelos seus conterrâneos e pela História do país? Como o turismo histórico e literário podem ajudar na promoção do conhecimento sobre esse autor, através dos lugares de memória de sua cidade? Como por exemplo duas construções realizadas por ele: o Chafariz e Cemitério. 
Uma forma possível de desenvolvimento seria trabalhar as questões ligadas ao Lugar de Memória, inicialmente pensadas de 1978 a 1981 pelo historiador francês Pierre Nora, em um seminário realizado em Paris. Essa nova expressão para a História Cultural tem relevante importância, pois através dela se estuda a memória, a identidade de um povo, que leva a um pertencimento e ao um sentimento coletivo e individual. Pierre Nora define o Lugar de Memória como sendo uma tríplice acepção: “são Lugares Materiais, onde a memória social se ancora e pode ser apreendida pelos sentidos, são Lugares Funcionais porque tem ou adquiriram a função de alicerçar memórias coletivas e são Lugares Simbólicos onde essa memória coletiva – vale dizer, essa identidade – se expressa e se revela. São, por tanto, lugares carregados de uma vontade de memória”. (Neves, 2007). Esses Lugares de Memória são, além de monumentos, documentos que desafiam leituras e interpretações. 
Nesse aspecto pretendesse identificar os possíveis lugares de memória para o desenvolvimento de um circuito turístico literário na cidade de Silveiras, onde se destaque a figura do escritor Vicente Felix de Castro.
Autores:
Profº Marcelo Lopes
Profº Luiz Nascimento
Profª Rafaela Molina 

Orientador:
Prof. Ms. Francisco Sodero Toledo


Para um estudo mais aprofundado sobre o a vida e obra do autor silveirense, recomendo a leitura do artigo Vicente Felix de Castro, de autoria do professor Ms. e presidente do IEV, Franscisco Sodero Toledo. Responsável pelo site, http://valedoparaiba.com/