Vicente Felix de Castro foi um escritor silveirense. Nascido na Vila de Areias em 1823, dedicou-se toda sua história a cidade vizinha de Silveiras. Teve sua vida interrompida em 1878 nesta cidade que tanto amara. Casou-se duas vezes, foi tabelião e escrivão público da cidade. Um verdadeiro homem urbano, manteve contato com personagens da Corte e da cidade de São Paulo. Nascido em uma família importante e intelectual de Silveiras. Colaborou com a imprensa da época, lançou em Silveiras o jornal Aurora, no qual divulgou a novidade da filosofia espírita de Alan Kardec, ajudou a fundar na Capital A Província de São Paulo, depois o jornal O Estado de São Paulo. Além de publicar três romances em jornais, quatro livros, um deles com quatro volumes, um romance ainda desconhecido e o artigo sobre a Revolução de 1842. Por causa dessas ricas obras literárias, Vicente Felix ficou conhecido como o “Pai do romance paulista” e o “Precursor do romance da escravidão”, e ainda um dos precursores do realismo literário no Brasil. Ele usou o realismo da escravidão que via na sua região, para denunciar e criticar as violências contra a dignidade dos negros. Mostrando-se abolicionista e um político liberal, tendo envolvimento diretamente com sua família na Revolução de 1842, quando Silveiras virou um verdadeiro campo de batalha. Perdeu seu pai, Francisco Felix de Oliveira no início da Revolução.
Sua família teve importante presença na construção da cidade de Silveiras. Teve irmãos pároco, político e comerciante, a família toda era letrada, politizada e liberal. A família Felix de Castro foi a responsável por escavações indígenas na região, lutas políticas, divulgação da filosofia Espirita, e construções importantes na cidade, como o Chafariz, o Teatro, a Tipografia e doaram o terreno para a construção do Cemitério municipal e construíram no seu interior a capela de N.S. do Carmo, onde a família foi enterrada.
Como pode um personagem como Vicente Felix de Castro, um intelectual e literato de grande importância regional e nacional ser esquecido pelos seus conterrâneos e pela História do país? Como o turismo histórico e literário podem ajudar na promoção do conhecimento sobre esse autor, através dos lugares de memória de sua cidade? Como por exemplo duas construções realizadas por ele: o Chafariz e Cemitério.
Uma forma possível de desenvolvimento seria trabalhar as questões ligadas ao Lugar de Memória, inicialmente pensadas de 1978 a 1981 pelo historiador francês Pierre Nora, em um seminário realizado em Paris. Essa nova expressão para a História Cultural tem relevante importância, pois através dela se estuda a memória, a identidade de um povo, que leva a um pertencimento e ao um sentimento coletivo e individual. Pierre Nora define o Lugar de Memória como sendo uma tríplice acepção: “são Lugares Materiais, onde a memória social se ancora e pode ser apreendida pelos sentidos, são Lugares Funcionais porque tem ou adquiriram a função de alicerçar memórias coletivas e são Lugares Simbólicos onde essa memória coletiva – vale dizer, essa identidade – se expressa e se revela. São, por tanto, lugares carregados de uma vontade de memória”. (Neves, 2007). Esses Lugares de Memória são, além de monumentos, documentos que desafiam leituras e interpretações.
Nesse aspecto pretendesse identificar os possíveis lugares de memória para o desenvolvimento de um circuito turístico literário na cidade de Silveiras, onde se destaque a figura do escritor Vicente Felix de Castro.
Autores:
Profº Marcelo Lopes
Profº Luiz Nascimento
Profª Rafaela Molina
Orientador:
Prof. Ms. Francisco Sodero Toledo
Para um estudo mais aprofundado sobre o a vida e obra do autor silveirense, recomendo a leitura do artigo Vicente Felix de Castro, de autoria do professor Ms. e presidente do IEV, Franscisco Sodero Toledo. Responsável pelo site, http://valedoparaiba.com/
Vicente Félix de Castro enche de orgulho os valeparaibanos. Um homem de política e de literatura. Nosso desafio é dar à sua memória a atenção que ela merece. Ótima matéria Rafela. Parabéns!
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