quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Silêncio


O silêncio torna-se a melhor companhia, 
Somente através dele escutamos o sussurro de nós mesmo.
A Transcendência do pensamento vazio, nos consome,
E nos enche de nada. 
Pois nada há de mais intrínseco do que o esvaziar-se.
Pois nós vivemos permanentemente,
Entranháveis no porão de nossos pensamentos herméticos.
Nossa natural escuridão, 
Tornou-se vítima da ofuscante luz da modernidade,
Da cegueira da sociedade,
Precisa-se fechar os olhos, para abri-los,
Precisa-se esvaziar-se, para encher-se,
Precisa-se calar-se, para gritar,
Precisa-se morrer, para viver,
Precisa-se chorar, para sorrir,
Precisa-se amar-se, para amar.
Precisa-se silenciar-se, xiu...
Escute o silêncio que sussurra,
No barulho ensurdecedor do seu vazio. 
Encha-se do silêncio, esvazia-se do barulho. 
Como dizia o poeta em Pessoa, 
“É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios”. 
É fácil enlouquecer-se se encher-se,
Do barulho surdo/mudo da sociedade,
Difícil é encher-se do ensurdecedor silêncio e vazio de nós mesmo.
Rafaela Molina  

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