O bairro da escola hoje chamado de
Nova Guara, antes era conhecido como Lazareto ou Isolamento. Onde hoje se
localiza a Escola Estadual Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, era um
hospital de isolamento, conhecido como fazendão. As pessoas contaminadas pela
epidemia da febre amarela, muito intensa na época, ficavam isoladas nesse
hospital que era único na região, para tal doença. Quando os pacientes morriam
eram enterrados no próprio terreno, em torno do hospital. Mais tarde o hospital
foi fechado e o prédio ficou abandonado.
O prefeito Dr. Netinho mudou o nome
do bairro, de Lazareto para Nova Guara, pois as pessoas não se agradavam em
morar num bairro com esse nome. Ele fez também outros melhoramentos no bairro.
Com isso muitas pessoas se mudaram para o bairro e para o Parque Residencial
IAPI.
No bairro não havia escola, por isso
os alunos eram obrigados a atravessar o Rio Paraíba à balsa, para chegar ao
bairro Santa Rita, onde se localizava a escola mais próxima.
No bairro já existia a ponte de
ferro, construída pelo engenheiro Euclides da Cunha em 1902, mas quando chovia
o local de acesso à ponte alagava, impossibilitando a passagem dos moradores.
Por isso foi criada uma balsa para que os alunos fizessem à travessia do Rio
Paraíba para chegar a escola, no entanto essa passagem era muito perigosa, pois
não havia segurança e crianças pequenas tinham de atravessar. E a prefeitura
não tinha condições financeiras para a construção de uma segunda ponte.
Diante dessa realidade apareceram
dois personagens que mudaram a história daqueles moradores e alunos. O delegado
Prof. Éboli e a professora Maria Inez de Castro Fortes se uniram em prol da
educação e segurança daquelas crianças e jovens. Eles viram necessidade de uma
escola no próprio bairro, então foram atrás desse objetivo.
Havia um prédio abandonado, do antigo
hospital de isolamento, que poderia servir para a instalação de uma escola.
Conseguiram apoio da prefeitura, que era proprietária do prédio, mas o Estado
exigia um número mínimo de 120 crianças para autorizar a construção de uma nova
escola. A professora Maria Inez Fortes pesquisou de casa em casa, e o números
de crianças e jovens foi superior ao exigido pelo Estado, com isso a instalação
da nova escola foi autorizada. O prédio passou por reformas e adaptações, com
apoio do prefeito Dr. Netinho.
A professora Maria Inez Fortes, que
tanto lutou por essa causa, viu seu ideal concretizado com a criação do Grupo
Escolar Joaquim Vilela em 1955, tendo sido nomeada a primeira diretora desta
escola. Em 1984 seu nome foi dado à biblioteca da escola, a qual foi modificada
em 2011. A escola recebeu o nome Joaquim Vilela em homenagem ao ex prefeito da
cidade, falecido um ano antes da construção do grupo escolar.
Curiosidades
A escola Joaquim Vilela tem vários
mistérios, o primeiro é o relato de que seu patrono é visto na fazenda Engenho
D’Água, onde morava, anos depois de sua morte, o segundo é pelo fato da escola
ser construída em cima de um hospital que era também um cemitério.
Durante a construção do prédio da
nova escola, foram encontrados vários caixões e ossos espalhados pelo terreno.
Por conta disso existem varias lendas, uma delas é de um padre que anda de
madrugada de carroça pelas ruas do parque residencial IAPI.
E algo muito interessante foi
encontrado enterrado nessa escola, o caixão de um legítimo padre salesiano,
José Fausone, que nascera perto de Turim,
“e com
14 anos entrou para o oratório de Turim, onde fez o ginásio, convivendo com Dom
Bosco e dele recebendo toda sua orientação.”
(EVANGELISTA.
História do colégio São Joaquim- 1890- 1940)
Pe. Fausone veio para o Brasil em
janeiro de 1892, diretamente para Lorena, onde foi professor de filosofia e 3°
diretor do colégio São Joaquim.
Em 1903 o violento surto de febre
amarela contaminou o Pe. Fausone, por conta disso isolou-se numa casa no
colégio São José de Guaratinguetá. Sua morte foi no dia 1° de março de 1903, e
por exigência das autoridades sanitárias, foi sepultado num descampado do
fazendão, hospital de isolamento, onde hoje se localiza a Escola Estadual
Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes. O local era de abandono, mas apesar
disso, em sua sepultura havia uma lápide que mão amiga lá colocara: piedosa
homenagem de D. Sinhana, esposa de Euclides da Cunha, que então residia em
Lorena. Alguns historiadores Euclidianos relatam que este Pr. Salesiano poderia
ter sido amante de D. Sinhana.
Tempos depois os restos do Pe.
Fausone foram transferidos para o cemitério de Lorena, na capela de São Miguel.
RAFAELA MOLINA
Muito legal a história sobre o Joaquim Vilela, em meio a boates e"causos" populares fica difícil saber no que acreditar, enfim belo trabalho de pesquisa é muito bom saber as nossas origens!
ResponderExcluirTirando a pontuação ruim do texto, a história é interessante.
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